ENSINO DE FÍSICA PARA ALUNOS SURDOS


Muitos estudantes, tanto surdos quanto ouvintes, consideram a Física como uma disciplina difícil de ser compreendida e devido a essa dificuldade poucos tem interesse em estudá-la. No entanto, ao perceber conteúdos de maior abstração teórica compete aos docentes buscarem metodologias facilitadoras para o ensino de Física, estando entre essas metodologias as atividades experimentais, o uso de simuladores, imagens, objetos, vídeos entre outros.

Tendo como foco o público surdo, serão apresentadas algumas dificuldades enfrentadas nas aulas de Física pelos alunos em questão e de que forma a situação pode ser contornada.


Algumas dificuldades do aluno surdo em sala de aula estão relacionadas a não capacitação dos professores para trabalhar com esses discentes, a metodologia adotada pelos mesmos e a limitação da interação professor-aluno. Assim, as aulas ministradas seguem um padrão voltado para os alunos ouvintes, sem que haja uma preocupação em adaptar o currículo, sem que haja um olhar para esses alunos surdos que estão inseridos em salas de aula regulares. Então, a adaptação do currículo consiste em buscar outras formas de abordagem do conteúdo de forma cuidadosa, priorizando o principal meio que o surdo tem de obter conhecimento, que é o visual. Logo, seguem alguns recursos didáticos que podem ser utilizados para auxiliar no ensino de Física para esses estudantes. Um dos meios de obtenção de conhecimento dos surdos é através da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), no Brasil, como primeira língua e da Língua Materna, no nosso caso, a Língua Portuguesa como segunda língua.

O uso de experimentos nas aulas de Física é considerado um facilitador, pois associa a teoria à prática, levando os mesmos a pesquisar e comparar os conhecimentos obtidos teoricamente com a demonstração experimental, aproximando-os da disciplina.

A utilização de imagens é outro método de auxiliar no ensino dos conteúdos de Física para alunos surdos. Embora os mesmos sejam transmitidos com dificuldades através de LIBRAS, que é uma linguagem visual, devido à inexistência de alguns sinais torna-se mais difícil a explicação desses termos, então as ilustrações podem ser utilizadas como apoio no momento da interpretação por parte do intérprete.

Isso mesmo! O Intérprete. Convém frisar que a atuação desses profissionais faz parte da reestruturação da escola para receber alunos com deficiência auditiva, e é de extrema importância para que haja melhor comunicação e compreensão por parte desses estudantes.

Quanto ao vídeo, é um recurso que pode ser utilizado sim nas aulas de Física para alunos surdos, desde que haja as alterações necessárias como ilustrações, animações e legendas, tanto para que os estudantes entendam o conteúdo abordado quanto para que seja atrativo no aspecto visual.

Pode-se introduzir também o uso de simuladores computacionais como método pedagógico, já que nota-se a grande afinidade dos jovens pelas tecnologias e ainda apresenta grande riqueza visual, ilustra fenômenos físicos, permitindo ao docente complementar seu diálogo levando os alunos tanto surdos quanto ouvintes a visualizar informações indissociáveis apenas com a teoria.

Sabe-se que é dada grande importância ao uso desses recursos metodológicos nas aulas de Física para ouvintes pela complexidade e abstração de diversos conteúdos, no entanto, para os alunos surdos essas práticas passam a serem ainda mais imprescindíveis pela visualidade.

Sendo assim, cabem aos docentes a utilização de novas práticas pedagógicas, novos recursos atuais, facilitadores e visuais quando pensado principalmente o ensino de Física para surdos.

Referência: 


LACERDA, B. F.; SANTOS, L. F. Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução à Libras e educação de surdos. 1ª impressão-EdUFSCar, São Carlos, 2014, 254 páginas.

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